Para quem se emocionou com O Caçador de Pipas, primeiro livro de Khaled Hosseine, sua segunda obra - menos conhecida - não deixa nada a desejar em relação ao best-seller, mas sob uma ótica diversa: a das mulheres afegãs. A Cidade do Sol conta a história de Marian e Laila, mulheres que cresceram de maneiras absolutamente diversas, em mundos que, embora tão próximos, mostram duas diferentes faces de um Afeganistão para o qual o próprio autor retornou em 2004, após ter fugido com sua família em 1980, retorno este após o qual teve sua inspiração para escrever A Cidade do Sol. Uma obra belíssima que narra a luta e a coragem de Marian e Laila, cujos destinos se cruzam de uma maneira impressionante, para livrarem-se da opressão e violência da guerra e das tradições quase sempre distorcidas. Laila freqüenta uma universidade, sonha em viajar e tem esperanças nos ensinamentos do pai: “você pode ser tudo que quiser Laila” (trecho da sinopse do livro). Marian tem a sua frente apenas seu fardo de mulher: gerar filhos e servir ao seu marido, violento e opressor, mas ambas serão arrancadas de seus destinos em uma narrativa que prende a cada detalhe e faz o leitor viajar pela história do Afeganistão que poucos conhecem, cheio de beleza, de poesia, de ciência, àquele mesmo mostrado em O Caçador de Pipas, mas aquela era a história dos homens e esta é a história das mulheres e, sobretudo se tratando do Islã, a ótica das mulheres é sempre mais sofrida, porém, mais comovente e instigante, com a igual capacidade de nos fazer rever nossos próprios valores a partir do choque de culturas que a leitura proporciona. Nem precisava ressaltar que minha recomendação é positiva quanto à leitura, mas obras dessa envergadura merecem todo o nosso esforço de indicação: leiam, curtam e se emocionem!!!
"Hosseini poderá dormir em paz novamente. “A Cidade do Sol” brilha mais que o reflexo solar nas areias do Afeganistão." Blog do Zotino
